sexta-feira, 20 de maio de 2011

Desventuras em Série: O que fazer com um o Futuro se a gente não sabe o Presente?

Os acontecimentos da ultima quarta-feira no Congresso Nacional mostram o quanto nossa democracia precisa evoluir e amadurecer para enfrentar as grandes questões do futuro do mundo e do Brasil que se apresentam atualmente para a geração que está no poder.
Durante mais de 12 horas, um falatório sem fim, com posições conflitantes, frases de efeito e pouquíssimas posições equilibradas e sensatas; foi (ou deveria ter) debatido o novo Código Florestal.
O Código influencia diretamente nos diversos biomas brasileiros, sendo que a maioria já está em riscos reais de degradação. O sistema de águas, que abastece as regiões do Centro-Sul, pode ser afetado dimuindo o volume dos rios e que abastecem de água (e energia) toda a região. Isto somados os efeitos das mudanças climáticas (vide os destres na Região Serrana Fluminense, Secas na Amazônia) e pode trazer consequência negativas a agricultara brasileira se for construído um documento que não seja tecnicamente pertinente, relevante e socioambientalmente sustentável..
Portanto, mudanças no Código Florestal requerem conhecimento técnico, discussões com especialistas, debates abertos, tempo para avaliar a construção deste documento. Não é possível fazer ajustes, emendas e melhorias em algumas horas de discussão no meio de insultos e muito despreparo, num congresso que visivelmente está tomando as atitudes erradas pelos motivos errados..
A sociedade civil necessita se mobilizar para “pressionar” o poder Legislativo que está refém de grandes interesses. A mudança do Código Florestal se faz necessária para sua melhoria e contextualização, mas esta mudança necessita ser madura, preparada por pessoas especializadas e principalmente muito bem negociada.
Há, infelizmente, um grupo de ruralista (não são todos) que tem uma visão muito particular, pessoal e economicamente egoísta de como dever ser as discussões no Congresso Nacional e de como o Código Florestal tem que se adequar as suas realidades.
Portanto ficou mais do que evidente o despreparo, desde o relator que não soube apaziguar os ânimos, criar ponte entre as parte e criar uma proposta junto a especialistas, até o Executivo Federal que demorou muito em “acordar” e fazer um direcionamento pró-ativo da discussão avaliando o impacto futuro da mesma para o meio ambiente e economia de nosso país.
O que se seguiu depois foi uma sucessiva de erros, má articulações e desencontros que deixou todos atônitos naquela hora da madrugada. O Governo Federal adia a votação para algum momento no futuro para melhorar sua articulação e ir com garantias de vitórias, nem que para isto ameace os produtores rurais com um decreto que os pune com multas pelo descumprimento do atual Código Florestal.
Um fato singular é que boa parte da chamada bancada evangélica esteve ao lado dos ruralista. Há muito o que se perguntar aos nobres edis evangélicos se os mesmos o fazem por ignorância ou má-fé.
Quando a Biblia, em Genesis 2:15, nós mostra o chamado de sermos os mordomos da Terra, a cuidadores (administradores) da Criação de Deus, precisamos refletir como, o que nós cristãos temos feito para cuidar deste Planeta, que é criado e amado por Deus.
Minha esperança é que possamos defender a criação de Deus com tanto ímpeto e empenho quanto defendemos a nossa posição contra o casamento gay, pois se fizermos isto, há alguma oportunidade de mostrarmos como a cristantandade ama a Criação do Deus Criador.
Sem esta participação corremos o risco de nos alienarmos das grandes mudanças que estão ocorrendo no mundo, virarmos um gueto, que não traz mensagem proféticas e de salvação para ninguém, por pura falta de relevância em nossas ações e posicionamentos.