segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Jesus X Papai Noel. O dia que o consumismo venceu o evangelho no shopping.

“Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração Mateus 6:21”
O Natal ou Dia de Natal é um feriado comemorado anualmente em 25 de Dezembro (nos países eslavos e ortodoxos cujos calendários eram baseados no calendário juliano, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro), originalmente destinado a celebrar o nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno (natalis invicti Solis), e adaptado pela Igreja Católica no terceiro século d.C., para permitir a conversão dos povos pagãos sob o domínio do Império Romano, passando a comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré (referência Wikipédia – com muito cuidado).
A citação acima mostra que a origem da festa no dia 25 de dezembro, conforme já comprovada por muitos historiadores, não é Jesus Cristo e muito menos a data exata do seu nascimento. Não quero entrar nesta discussão histórica, pois aqui nem seria o local e o espaço para isto. Porém quero me atentar a questão cultural e o valor do nascimento de Jesus.
Durante gerações o Natal representou em nossa cultura ocidental-cristã o nascimento de Jesus e os valores que sua presença representava para a humanidade. O Deus conosco, o Deus Humano, Filho do Homem, onde conheceríamos uma outra dimensão de amor, paz, misericórdia, perdão e salvação. Um momento de reconciliação entre pessoas. Até guerras tiveram um momento de “armistício” em dia de natal (veja neste link uma bela história de natal no front da primeira guerra mundial: http://www.grandesguerras.com.br/artigos/text01.php?art_id=125).
Porém nas ultimas décadas e principalmente nos últimos anos uma mudança sistemática foi sendo executa em nossa sociedade e principalmente em nossos corações e mentes. Num balanço do Natal de 2010, realizado pela Associação Brasileira de Shoppings, mais de 90% dos shoppings no Brasil não tem nenhuma menção a Jesus na decoração do Natal, até os antigos Presépios foram abolidos e o centro da atenção é o Papai Noel com seu trenó de neve (neve no Brasil????) com o único objetivo de dar presentes para as crianças “boazinhas”. Estamos vendo de forma nítida a secularização (paganização???) do Natal para que represente uma data ligada unicamente ao consumo.
Desta forma, pouco importa os valores cristãos, o importante é comprarmos, comprarmos e comprarmos para demonstrar o nosso amor (ou a falta dele) pelos outros através da materialização dos nossos sentimentos pela compra de um presente (pois quanto mais você ama uma pessoa, mais caro o presente).
Assim, nos esquecemos de Cristo e sua vinda e contribuímos como nosso consumo desenfreado para a poluição do planeta, trabalho escravo e exploração aguda dos recursos naturais.
Neste Natal e nos futuros, nosso desafio é voltar a centralizar Cristo e focar os valores do Reino, diminuir nosso consumo e mostrar que a chegada de Jesus ao mundo é para fazer tudo novo.
Viva e reviva a vinda do Salvador, vivendo os valores que Ele viveu, cuidando daquilo que Ele criou.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

“Ciclos da Vida e nossas Decisões”


Até a cegonha no céu conhece as estações que lhe estão determinadas, e a pomba, a andorinha e o tordo observam a época de sua migração. Mas o meu povo não conhece as exigências do Senhor. Jeremias 8:7


Os ciclos da vida são inerentes nossa existência, estão ao nosso lado, estão em nós em nosso corpo que necessita de sono, comida, descanso e que envelhece (mesmo que façamos inúmeras plásticas e usemos produtos anti-envelhecimento). Desta forma os ciclos da vida também são inexoráveis, eles acontecem, simples assim, pois assim Deus criou.
Dentro de poucos dias iremos novamente, como tem acontecido a milhares de anos, iniciar uma nova estação e uma das mais desejadas que é a primavera. Flores, pássaros, cores, calor, fim da secura, chuva, plantações, os ciclos da vida sendo vistos abundantemente.
Mas como vemos estes ciclos da vida em nossa vida (desculpe a redundância)? Atualmente o nosso estilo de vida nos desconecta da criação de Deus. Entre asfalto, concreto e engarrafamentos, pouco tempo temos para admirar uma noite de céu estrelado, um por de sol ou as árvores e pássaros na praça próxima a nossa casa. Em meio as nossas muitas atividades (até as religiosas) não temos tempo para ir há um parque admirar as flores, ou aproveitar a sombra em um dia quente. Não há tempo para nos preocuparmos com estas coisas menores. Até porque “Tempo é dinheiro”!
Somos a geração fast food, onde tudo é para ontem! Não queremos esperar 10 minutos pelo nosso lanche. Não podemos ficar em fila, não podemos esperar; pois a vida tem pressa. Todos tem pressa! Somos movido pelo fim, pois o importante é o resultado no menor tempo possível, não há tempo a perder com as bobagens da vida, da natureza, da criação.
Não há mais tempo a esperar os ciclos da vida: o arar, plantar, regar, crescer, amadurecer e colher da criação, dos relacionamentos, da nossa espiritualidade. Queremos andar como os livros e sites no modelo: “Faça você mesmo em 1 minuto”. Cada vez mais queremos viver com varinhas mágicas para acontecer tudo que desejamos de imediato, do que esperar os ritmos da vida e saber que o tempo amadurece a criação, a vida e o nosso espírito.
Queremos seguir a Jesus, mas como podemos “olhar os lírios do campo”, como Cristo fez com a agenda de compromisso que temos? Parar para olhar a Criação, em um momento de ócio de nossa vida (não podemos esquecer que Deus descansou no sétimo dia para admirar sua criação) de forma a nos integrar com o restante desta Criação.
Não temos mais a capacidade de nos encantar com a criação de Deus, pois estamos cercados de concreto e aço e ensimesmados com nosso poder tecnológico da vida virtual. Não reconhecemos mais as estações do ano pelo que elas produzem e pelas belezas que elas apresentam, mas sim pelos transtornos que nos causam. Nosso relacionamento com as estações do ano, agora se resumem da seguinte forma:
Verão – “Que calor insuportável!” “Ai meu Deus, vem uma tempestade e vou ficar preso na enchente!”
Outono – “ Vai começar a sujeirada das arvores nas ruas, que vai sujar meu carro e minha calçada. Bem que a prefeitura podia mandar arrancar estas árvores” , “Ai minha rinite já tá atacada com este tempo”.
Inverno – “De onde vem tanto frio?? Preciso comprar mais blusas” “E esta gripe que não me larga”.
Primavera - “ Não agüento mais estes passarinhos cantando na minha janela logo de manhã, acabam com meu dia”, “Quem agüenta este clima, de dia este calorão, a noite o frio”.
Deus se manifesta através de sua criação, a Primavera é a exemplo de como o Deus Criador renova sua criação em ciclos e apesar do frio e secura do inverno, as águas purificadores, banham a terra para que vida renasça.
Assuma o compromisso, nesta primavera, de visitar um parque e comece a se reconectar com a criação. Sem pressa, olhando as flores do campo e agradecendo a Deus por fazermos parte do ciclo da vida criado por Ele.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Há tempo para tudo na vida. Agora é tempo para recomeços


Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu:
Ele fez tudo apropriado há seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.
(Eclesiastes 3: 1 e 11)



Não é possível contar em uma única carta todas as experiências, alegrias, tristezas, apuros e aventuras que foram estes nove anos ligados tão intimamente A Rocha Brasil.
Uma história que gosto:

Em junho de 2003, logo após o Fórum d´A Rocha Internacional, no qual eu conheci Peter Harris, John Stott (sim Stott esteve no meu primeiro encontro d´A Rocha), ouvi e vi experiências fantásticas e vi o amor e o comprometimento ao Reino daquelas pessoas; eu visitei a sede d´A Rocha Portugal, Cruzinha. E num dia de muito sol, olhando a paisagem, surgiu a pergunta: “Deus, porque eu fui escolhido para vir para este local? Eu, que não sei nada sobre meio ambiente. O que Tu queres que eu faça? Qual o futuro desta jornada?” Ali, eu apenas ouvi o som dos pássaros e das arvores e o barulho de minha mente tentando encontrar alternativas para aquele desejo que crescia em meu coração. O resultado daquilo é a história d´A Rocha Brasil hoje.

O motivo da saída? A vida e suas demandas e desafios. Como o escritor de Eclesiastes diz: Há tempo para tudo na vida. O momento então é de crescer, aprender e viver novas aventuras.
Não há magoa, tristeza ou decepção, apenas a certeza que tudo o que foi construído até agora foi para a honra de Deus e ver os frutos d´A Rocha Brasil em nosso enorme país e algo que me emociona e me alegra.

Sei que vou cometer algumas injustiças, mas eu preciso citar algumas pessoas que me ajudaram muito nesta trajetória.

Glaucia, minha esposa: Não tenho palavras para expressar o seu sacrifício por este sonho e por entender o chamado e a mudança radical profissional que me envolvi. Apenas chegamos até aqui por que você acreditou e amou a tudo e a mim.

Marcial e Alfredo: Estes portugueses são tão meus amigos e me ensinaram tanto que minha gratidão será por toda eternidade. Sonho com a oportunidade de estar com vocês novamente.

Silvia Dellama: Que na sua perseverança, insistência, sabedoria e desprendimento permitiu que pudéssemos ir além. Acreditou sempre e isto foi determinante para A Rocha Brasil.

Paulo Brito: Um sonhador, sonhamos juntos quando só havia realmente sonhos e mais nada. Tenho grande orgulho de ter você como amigo.

Raquel Arouca: Nos momentos onde não havia mais nada para crer e confiar, nos amparávamos e continuávamos a caminhar juntos, pois era nosso apoio mútuo que nos mantinha em pé. Esta é uma amizade que irei levar até o fim dos meus dias.

Aos demais amigos e companheiros, muito obrigado pelo tempo, apoio, companhia e durante todos estes anos.

Como disse há alguns amigos, não estou saindo d´A Rocha, saio apenas do cargo de Diretor Executivo, estarei sempre por perto disposto a ajudar e apoiar.

Os novos caminhos me levam a continuar trabalhando com socioambientalismo, politicas publicas ambientais, desenvolvimento socioambiental, defesa de direitos, inovação socioambiental, cursos, palestras, oficinas e mobilização social.

Assim, se precisarem de mim, entre em contato que vamos continuar construindo o Reino.
O futuro...continua ali esperando que a gente saia atrás dele plantando sementes do Reino na estrada da vida. Como criança, que acredita no Pai, seguo por este caminho encontrando amigos e levando a transformação do Reino alegre, feliz e sonhando.

Nos vemos pelos caminhos da história para rir e chorar pelo amor do Pai que temos vivido.
Abraços no coração de todos.
Marcos

Vocês poderão acompanhar noticiais da família Custodio através do:
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domingo, 26 de junho de 2011

Igreja Cristã se posiciona na questão do Novo Código Florestal Brasileiro

No último dia 17/06, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil divulgou uma nota condenando o novo Código Florestal cuja a discussão tem acontecido no Congresso Nacional.
Esta nota chega a bom momento e traz de forma clara e inequívoca que a liderança da Igreja Católica irá mobilizar seu público para que participem de mobilizações e abaixo-assinados para pressionar o Senado brasileiro que agora é o responsável pela discussão, para que reveja o texto produzido pela Câmara.
A decisão de publicar uma nota mostra a importância da Igreja Cristã em se posicionar num assunto tão relevante para o futuro do país e do mundo. Os cristãos tem por missão opinar e agir sobre qual o tipo de mundo que iremos construir, sobre justiça ambiental e o desenvolvimento sustentável necessário para o planeta. O cristianismo, assim, passa a ser fundamental pelo seu grande contingente no Brasil e no Mundo, pela sua missão profética de anunciar as injustiças do mundo e também pela sua missão de cuidar do jardim criado por Deus com maior responsabilidade que os demais, conforme Genesis 2:15.
Os cristãos evangélicos poderiam também se articular para realizar uma ação coordenada para proteger o meio ambiente e mostrar o amor de Deus por sua criação. Existem pequenas ações como as que são feitas pela organização ambientalista cristã, A Rocha Brasil (www.arocha.org.br), mas é muito pouco para o número expressivo deste público no Brasil.
Lideranças como Marina Silva tem se mobilizado para divulgar as discussões e disseminar o tema (veja o link: http://www.minhamarina.org.br/blog/2011/06/cnbb-divulga-nota-sobre-o-codigo-florestal/), mas são poucos no meio de tantas necessidades e demandas.
Conheça a nota divulgada pela CNBB e participe da mobilização que está sendo iniciada pelos cristãos (http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/6878-cnbb-nao-temos-o-direito-de-subordinar-a-agenda-ambiental-a-agenda-economica).

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Desventuras em Série: O que fazer com um o Futuro se a gente não sabe o Presente?

Os acontecimentos da ultima quarta-feira no Congresso Nacional mostram o quanto nossa democracia precisa evoluir e amadurecer para enfrentar as grandes questões do futuro do mundo e do Brasil que se apresentam atualmente para a geração que está no poder.
Durante mais de 12 horas, um falatório sem fim, com posições conflitantes, frases de efeito e pouquíssimas posições equilibradas e sensatas; foi (ou deveria ter) debatido o novo Código Florestal.
O Código influencia diretamente nos diversos biomas brasileiros, sendo que a maioria já está em riscos reais de degradação. O sistema de águas, que abastece as regiões do Centro-Sul, pode ser afetado dimuindo o volume dos rios e que abastecem de água (e energia) toda a região. Isto somados os efeitos das mudanças climáticas (vide os destres na Região Serrana Fluminense, Secas na Amazônia) e pode trazer consequência negativas a agricultara brasileira se for construído um documento que não seja tecnicamente pertinente, relevante e socioambientalmente sustentável..
Portanto, mudanças no Código Florestal requerem conhecimento técnico, discussões com especialistas, debates abertos, tempo para avaliar a construção deste documento. Não é possível fazer ajustes, emendas e melhorias em algumas horas de discussão no meio de insultos e muito despreparo, num congresso que visivelmente está tomando as atitudes erradas pelos motivos errados..
A sociedade civil necessita se mobilizar para “pressionar” o poder Legislativo que está refém de grandes interesses. A mudança do Código Florestal se faz necessária para sua melhoria e contextualização, mas esta mudança necessita ser madura, preparada por pessoas especializadas e principalmente muito bem negociada.
Há, infelizmente, um grupo de ruralista (não são todos) que tem uma visão muito particular, pessoal e economicamente egoísta de como dever ser as discussões no Congresso Nacional e de como o Código Florestal tem que se adequar as suas realidades.
Portanto ficou mais do que evidente o despreparo, desde o relator que não soube apaziguar os ânimos, criar ponte entre as parte e criar uma proposta junto a especialistas, até o Executivo Federal que demorou muito em “acordar” e fazer um direcionamento pró-ativo da discussão avaliando o impacto futuro da mesma para o meio ambiente e economia de nosso país.
O que se seguiu depois foi uma sucessiva de erros, má articulações e desencontros que deixou todos atônitos naquela hora da madrugada. O Governo Federal adia a votação para algum momento no futuro para melhorar sua articulação e ir com garantias de vitórias, nem que para isto ameace os produtores rurais com um decreto que os pune com multas pelo descumprimento do atual Código Florestal.
Um fato singular é que boa parte da chamada bancada evangélica esteve ao lado dos ruralista. Há muito o que se perguntar aos nobres edis evangélicos se os mesmos o fazem por ignorância ou má-fé.
Quando a Biblia, em Genesis 2:15, nós mostra o chamado de sermos os mordomos da Terra, a cuidadores (administradores) da Criação de Deus, precisamos refletir como, o que nós cristãos temos feito para cuidar deste Planeta, que é criado e amado por Deus.
Minha esperança é que possamos defender a criação de Deus com tanto ímpeto e empenho quanto defendemos a nossa posição contra o casamento gay, pois se fizermos isto, há alguma oportunidade de mostrarmos como a cristantandade ama a Criação do Deus Criador.
Sem esta participação corremos o risco de nos alienarmos das grandes mudanças que estão ocorrendo no mundo, virarmos um gueto, que não traz mensagem proféticas e de salvação para ninguém, por pura falta de relevância em nossas ações e posicionamentos.