terça-feira, 30 de novembro de 2010

Esperança: Produto em falta na COP 16

O começo é sempre devagar (com algumas exceções), mas esta COP16 os rostos mostram que todos estão desanimados e desesperançosos.
Apesar do ambiente de confraternização, o clima (das pessoas) é realmente de descrédito que possa sair um acordo e a verdade está muito próxima disto, pois os negociadores avaçam devagar sobre o tema.
Ao assistir Luiz Alberto Figueiredo, embaixador e negociador brasileiro para esta COP, falando a imprensa. Fica nítido que não existe nenhum interesse em um acordo neste momento. Sua fala foi evasiva e sem assumir nenhum tipo de compromisso.
O desafio é manter os trabalhos adiante sabedor deste desanimo, pois a agenda de trabalho é extensa e que Cancun será conhecido como o evento da perseverança.
Para nós d´A Rocha Brasil, este primeiro dia foi de reconhecimento, um evento deste porte tudo é grandioso (e caro) assim interagir e se envolver nos debates é o desafio deste momento.
Uma das constatações que eu e Andrea tivemos, foi que no Brasil é pouca mobilização social para pressionar o governo a fazer as ações certas; O lobby (sim existe lobby do bem) realizado pela Tearfund é um exemplo significativo de envolver as pessoas (e a igreja) nestes grandes temas.
Dia 30 iremos travar o primeiro contato com o grupo Rede de Ação Climática (CAN em inglês) da América Latina, queremos estabelecer contatos e avaliar articulações para ações concretas nesta região.
Há um interesse enorme no Brasil e na Rio + 20, que acontecerá em 2012, se trabalhamos a partir daqui, poderemos ter uma grande mobilização. Mas o governo começa na marcha rá, nem Lula e Dilma estarão aqui.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A caminhada caminha para algum lugar?

Cancun durante alguns dias será o Centro do Mundo (tirará este posto de Viçosa-MG) durante alguns dias para tristeza de minha amiga Ginia Bontempo).
Neste lugar de beleza exuberante, praias maravilhosas, sinônimo também de riqueza, consumo e intervenção humana está sendo realizada a 16º Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP16).
Gente do mundo todo está aqui para discutir como agir com as mudanças que estão ocorrendo com o clima. De certa forma é formidável ver a articulação da humanidade em buscar alternativas para os problemas que estão surgindo. Mas é inegável que o falatório é maior que as ações concretas e que o impasse entre as nações ricas e os países em desenvolvimento mostra que ainda estamos presos a interesses que estão longe de proteger os mais fracos dos humanos (os pobres) e os demais seres vivos.
Meu sentimento é parecido com o Jó: Antes ouvia dizer sobre a COP 16, hoje estou aqui para ver, ouvir e participar.
As expectativas são de entender quais as dificuldades de se encontrar caminhos e de colocar os mesmos em prática e perceber até que ponto o porque que a comunidade cristã não tem trazido seus valores e suas ações para as mesas de negociações (será porque não temos ações socioambientais? Fico a pensar).
Isto é apenas as minhas impressões gerais, vamos ver o quanto irei aprender, amadurecer e viver estes dias. Você me acompanha nestes dias?
Aviso a aqueles que estão chegando, daqui 2 anos teremos a Rio + 20. Você não quer participar (palavras do próximo texto).
Abraços
Marcos, um peregrino semeando o Reino