quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Separado é Melhor que Junto?

Algo que me chamou a atenção, neste segundo dia, é a divisão do evento em vários locais.
A imprensa, as ONG´s, e as representações dos governos ficaram em espaços separados. Quero pensar que isto não é proposital, mas as a pressão sobre os representantes diminui, pois as negociações acontecem fora de nosso alcance como organização civil. Algo estranho, para dizer o mínimo.
Há uma sensação de que há espaços que não devem ser frequentados. Aqui todos que representam governos usam crachá rosa (este vale ouro, pois dá acesso a quase tudo quanto é lugar). E os demais como se fossem de uma “casta” inferior.
Outro ponto intigrante é a falta de articulação entre as organizações brasileiras na COP 16. Não há nenhuma ação articulada para pressionar o governo ou realizar alguma ação de mobilização. A sensação é de completa falta de interesse da sociedade brasileira em fazer o governos cumprir as obrigações que já assumiu e procurar novos acordos.
A falta de mobilização e de um lobby “do bem” mostra o quanto nossa articulação civil e nossa democracia ainda são incipientes e que precisam usar melhor estas ferramentas de ação social.
Mas não quero ser apenas pessimista, hoje avanços significativos nas conversas sobre parcerias e ações conjuntas entre A Rocha Brasil, Diaconia e Tearfund foram o ponto alto. Há uma grande possibilidade de uma ação conjunta para o evento Rio + 20 que irá acontecer em 2012.
Houve momento onde pudemos interagir com outras várias organizações trocando informações e avaliando as possibilidades.
Nós, da ARB e o pessoal da Diaconia tentamos ficar de “tocaia” em uma reunião de portas fechadas do Grupo “G 77 +China” (onde o Brasil é um dos lideres) para encontrarmos os representantes brasileiros do governos e assim fazer um “lobby” para que a participação do Brasil fosse mais efetiva. Mas os representantes chegaram com 30 minutos de antecedência e frustraram nossos planos, pois não podíamos entrar na sala.
Amanhã iremos fazer novo plantão para surpreender o negociador brasileiro!
Com o andar dos trabalhos o desanimo está dando lugar a resignação e ao pragmatismo. Algo vai sair, mas não será o que precisamos.
Noticia Especial: Vale ressaltar que Andrea Ramos tem sofrido com as máquinas de raio-x desde nossa chegada. Em quase todas as revistas (que são diárias) a minha companheira fica presa e tem que abrir seus pertences. O nome disto é SPMRX (Sindrome da Perseguição da Máquina de Raio X)

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